traduzi esse trecho do livro Rock and the Pop Narcotic, Testament for the Electric Church de Joe Carducci:
"Joy Division, aparentemente, tinha uma espécie de pacto de sangue que se algum dos quatro deixasse a banda os outros não continuariam. Mas que New Romantic! Quando o cantor Ian Curtis morreu os outros trapacearam um pouquinho e mudaram o nome para New Order, e mais reveladoramente fizeram uma mudança dramática do Rock (arte) para Pop (artesanato).
A mudança de nome, autorreferente, mudou da identificação com as vítimas para a identificação com os perpetradores. Nunca uma mudança desse tipo foi executada tão claramente por uma banda. Em lançamentos (de discos) sucessivos Joy Division tinha empurrado os teclados para a frente e a guitarra para trás na mixagem – adoçando o som – mas eles até então estavam tocando um rock altamente refinado ainda que influenciado pelos Stooges.
Mas o ritmo de rock foi trocado pelo de disco/electro e o New Order trilhou o caminho do dance sofisticado enfatizando technotruques e texturas e eliminando guitarras de uma vez por todas. As letras de Curtis eram diretas e tinham conteúdo emocional; os outros membros somente poderiam substituí-las por um vácuo inofensivo e chique.
O mais interessante é que eles fizeram a mesma mudança musicalmente sem que nenhum dos outros integrantes fosse substituído."
Joe Carducci em Rock and the Pop Narcotic
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